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Consultório da Dra. Isabela Parrini na página Patologias e Tratamentos.

Patologias e Tratamentos

Vamos juntos alcançar a sua melhor versão

Obesidade
Imagem gráfica de pessoa obesa caminhando com destaque para o coração em "Raio-x".

Obesidade

   A obesidade é uma doença crônica que se caracteriza pelo excesso de gordura corporal, que pode afetar negativamente a saúde do indivíduo. É considerada uma doença multifatorial, pois envolve diversos fatores ambientais, genéticos, comportamentais e endócrinos. Os fatores endócrinos são aqueles que se referem aos hormônios e às glândulas que os produzem e regulam o metabolismo, o crescimento, a reprodução e outras funções vitais do organismo.

     Algumas doenças endócrinas podem causar ou estar associadas à obesidade, como:

  • Hipotireoidismo: é uma condição em que a glândula tireoide produz menos hormônios do que o necessário, levando a uma diminuição da taxa metabólica e ao aumento do peso corporal. O hipotireoidismo pode ser diagnosticado por meio de exames de sangue que medem os níveis de hormônios tireoidianos e de tireoestimulante (TSH). O tratamento consiste na reposição hormonal com levotiroxina.

   

  • Síndrome do ovário policístico (SOP): é uma desordem hormonal que afeta as mulheres em idade reprodutiva, causando irregularidades menstruais, excesso de pelos, acne, infertilidade e resistência à insulina. A SOP está relacionada ao aumento da produção de androgênios (hormônios masculinos) pelos ovários e pela glândula suprarrenal. A SOP pode aumentar o risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. O tratamento pode incluir uso de hormônios e/ou medicações que diminuem a resistência à insulina. Um estilo de vida saudável com dieta equilibrada e atividade física regular são a chave para um tratamento de sucesso.

  • Hipogonadismo: o hipogonadismo relacionado à obesidade (MOSH), é uma condição em que níveis inadequados de testosterona estão associados à obesidade em homens. O excesso de peso, principalmente a presença de gordura abdominal, pode contribuir para uma redução nos níveis de testosterona. Isso ocorre porque o tecido adiposo é capaz de converter a testosterona em estrógeno, um hormônio feminino. Além disso, a obesidade está associada a um estado de inflamação crônica no corpo, que pode afetar negativamente a produção de hormônios sexuais. Os sintomas do MOSH podem incluir fadiga, redução da libido, disfunção erétil, diminuição da massa muscular, aumento da gordura abdominal e até mesmo alterações de humor. O tratamento geralmente envolve abordagens que visam tanto a perda de peso quanto o aumento dos níveis de testosterona. A terapia de reposição de testosterona pode ser considerada para restabelecer os níveis adequados do hormônio.

  • Deficiência de vitamina D: é uma situação em que os níveis de vitamina D no organismo estão abaixo do recomendado, podendo causar problemas ósseos, musculares, imunológicos e inflamatórios. A vitamina D é um hormônio que é produzido pela pele sob a ação da luz solar e que também pode ser obtido pela alimentação ou por suplementos. A deficiência de vitamina D pode estar associada à obesidade por interferir na regulação do apetite, na secreção de insulina e na função das células adiposas. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue que medem os níveis de vitamina D (25-hidroxivitamina D). O tratamento consiste na exposição solar adequada e na suplementação oral de vitamina D.​

 

​      prevenção e o tratamento da obesidade devem envolver uma abordagem multidisciplinar e individualizada, considerando os fatores endócrinos e não endócrinos que podem influenciar o peso corporal. As principais medidas são:

  • Adotar uma alimentação saudável: consumir alimentos naturais, variados e nutritivos, evitando alimentos processados, ricos em calorias, gorduras saturadas, açúcares e sal. Dar preferência a alimentos ricos em fibras, proteínas, vitaminas e minerais, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, leguminosas, carnes magras, peixes, ovos e laticínios desnatados. Controlar o tamanho das porções e a frequência das refeições, evitando pular refeições ou ficar muito tempo sem comer. Beber bastante água e limitar o consumo de bebidas alcoólicas e refrigerantes.

  • Praticar atividade física regularmente: realizar exercícios aeróbicos (como caminhada, corrida, ciclismo ou natação) e anaeróbicos (como musculação, pilates ou ioga) pelo menos três vezes por semana, por no mínimo 30 minutos cada sessão. A atividade física ajuda a queimar calorias, aumentar o metabolismo, reduzir o estresse, melhorar o humor, fortalecer os músculos e os ossos, prevenir e tratar doenças crônicas e melhorar a qualidade de vida.

 

​   Por isso é tão importante fazer o acompanhamento com um endocrinologista regularmente: fazer um acompanhamento médico especializado para avaliar as condições endócrinas que podem afetar o peso corporal, realizar exames periódicos para monitorar os níveis hormonais e metabólicos e receber orientações sobre o tratamento adequado para cada caso. O endocrinologista pode indicar o uso de medicamentos que auxiliam na perda de peso ou a realização de cirurgias bariátricas, quando indicados e sob rigorosos critérios.

Diabetes Mellitus

Diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta o metabolismo da glicose no organismo. A glicose é a principal fonte de energia para as células e depende da ação da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, para entrar nas células. Quando há deficiência ou resistência à insulina, a glicose se acumula no sangue, causando hiperglicemia.

Existem diferentes tipos de diabetes mellitus, que se diferenciam pela causa, pela idade de início e pelo tratamento. Os principais tipos são:

  • Diabetes tipo 1: ocorre quando o sistema imunológico destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. É mais comum em crianças e adolescentes, mas pode surgir em qualquer idade. Os sintomas são aumento da sede, da fome e da frequência urinária, perda de peso, fraqueza e cansaço. O tratamento é feito com injeções diárias de insulina e controle da alimentação e da atividade física.

Alimentos saudáveis, estetoscópio, medidor de glicose, caneta de insulina eFita azul da conscientização do dia mundial da diabetes.
Dibetes Mellitus
  • Diabetes tipo 2: ocorre quando há resistência à ação da insulina, ou seja, as células não respondem adequadamente ao hormônio. É mais comum em adultos, especialmente os obesos ou com histórico familiar da doença. Os sintomas podem ser semelhantes aos do tipo 1, mas costumam ser mais leves e graduais. O tratamento é feito com medicamentos orais ou injetáveis que aumentam a sensibilidade à insulina ou estimulam sua produção, além de dieta e exercícios.

  • Diabetes gestacional: ocorre quando há aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez, devido às alterações hormonais típicas desse período. Pode afetar a saúde da mãe e do bebê, aumentando o risco de pré-eclâmpsia, parto prematuro, macrossomia fetal e diabetes tipo 2 no futuro. Os sintomas são geralmente discretos ou ausentes, por isso é importante fazer o teste de tolerância à glicose entre a 24ª e a 28ª semana de gestação. O tratamento é feito com dieta adequada e, se necessário, insulina.

  • Pré-diabetes: é uma condição intermediária entre a normalidade e o diabetes tipo 2, caracterizada por níveis de glicose no sangue acima do normal, mas abaixo do limiar para o diagnóstico de diabetes. Indica um alto risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro, além de doenças cardiovasculares. Não costuma apresentar sintomas e pode ser revertida com mudanças no estilo de vida, como perda de peso, alimentação saudável e prática regular de exercícios.

Outras mais incomuns são:

  • LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults) é uma forma de diabetes tipo 1 que se manifesta na idade adulta, geralmente após os 30 anos. É caracterizada pela presença de anticorpos contra as células beta do pâncreas, que produzem insulina, mas com uma evolução mais lenta e menos agressiva do que o diabetes tipo 1 clássico. Os sintomas são semelhantes aos do diabetes tipo 2, como sede excessiva, aumento da frequência urinária, perda de peso e fadiga. O tratamento pode variar de acordo com o grau de destruição das células beta, podendo incluir medicamentos orais ou injeções de insulina.

  • MODY (Maturity Onset Diabetes of the Young) é uma forma de diabetes monogênica, ou seja, causada por mutações em um único gene que afeta a função das células beta. É uma condição rara, que representa cerca de 1% a 5% dos casos de diabetes, e que se manifesta antes dos 25 anos. Os sintomas são geralmente leves e podem passar despercebidos por muito tempo. O tratamento depende do tipo de mutação genética envolvida, mas geralmente não requer o uso de insulina.

  • Diabetes insípido é uma doença que afeta o equilíbrio hídrico do organismo, causando uma deficiência na produção ou na ação do hormônio antidiurético (ADH), que regula a reabsorção de água pelos rins. Os sintomas são poliúria (produção excessiva de urina diluída) e polidipsia (sede intensa e ingestão excessiva de líquidos). O tratamento consiste na reposição do ADH por meio de medicamentos ou na correção da causa subjacente da doença.

O diagnóstico do diabetes mellitus é feito por meio de exames laboratoriais que medem a concentração de glicose no sangue em jejum ou após uma sobrecarga oral de glicose (teste oral de tolerância à glicose).

O tratamento do diabetes mellitus visa controlar os níveis de glicose no sangue e prevenir as complicações crônicas da doença, que podem afetar os olhos (retinopatia diabética), os rins (nefropatia diabética), os nervos (neuropatia diabética) e os vasos sanguíneos (aterosclerose). O tratamento envolve o uso de medicamentos específicos para cada tipo de diabetes, o monitoramento frequente da glicemia e da hemoglobina glicada, a adoção de uma dieta equilibrada e individualizada, a prática regular de atividade física e o acompanhamento médico periódico com um endocrinologista, que é o especialista no assunto.

Arte gráfica do pescoço estilo"raio x" com destaque para glândula tireoide.

Patologias da Tireoide

As doenças da tireoide são condições que afetam o funcionamento dessa glândula, responsável pela produção dos hormônios T3 e T4, que regulam o metabolismo do corpo e influenciam diversos órgãos e sistemas. Neste texto, vamos explicar o que é, quais são os sintomas, como é feito o diagnóstico e quais são os tratamentos das principais doenças da tireóide, com enfoque endocrinológico.

O que é a tireóide?

A tireóide é uma glândula em forma de borboleta, localizada na parte anterior do pescoço, à frente da traqueia e logo abaixo da laringe. Ela produz dois hormônios: tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), que são essenciais para o desenvolvimento do sistema nervoso das crianças e para o controle do metabolismo nos adultos, afetando o funcionamento de praticamente todos os órgãos do nosso corpo. Em resumo, é responsável por produzir hormônios que regulam o metabolismo, o crescimento, o ciclo menstrual, a fertilidade, o peso e o estado emocional. 

Doenças da Tireóide

Quais são as principais doenças da tireoide?

As principais doenças da tireoide podem ser divididas em quatro grupos:

  • Doenças que provocam hipertireoidismo: é a produção excessiva de hormônios T3 e T4 pela tireoide, causando sintomas como ansiedade, tremores nas mãos, suor excessivo, perda de peso, palpitações, inchaço nas pernas e pés, alterações no ciclo menstrual e nos olhos (exoftalmia). A principal causa de hipertireoidismo é a doença de Graves, uma doença autoimune em que o próprio organismo produz anticorpos contra receptores presentes na tireoide, fazendo com que a glândula fique hiperestimulada. Outras causas são o consumo excessivo de iodo, superdosagem de hormônios tireoidianos ou a presença de nódulos na tireoide.

  • Doenças que provocam hipotireoidismo: é a diminuição da produção de hormônios T3 e T4 pela tireoide, resultando em sintomas como cansaço, fraqueza, indisposição, pele seca e áspera, ganho de peso, intolerância ao frio, constipação intestinal, queda de cabelo, unhas fracas e alterações no ciclo menstrual. A causa mais comum de hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto, outra doença autoimune em que o sistema imunológico ataca a tireoide e provoca sua destruição progressiva. Outras causas são a deficiência de iodo, alterações na glândula pituitária no cérebro que produz o hormônio TSH (que estimula a tireoide a produzir T3 e T4) ou a retirada cirúrgica da tireóide.

  • Nódulos da tireoide: são formações anormais dentro da glândula tireoide, que podem ser únicos ou múltiplos, sólidos ou cheios de líquido (císticos), benignos ou malignos. A maioria dos nódulos da tireoide não causa sintomas e não altera o funcionamento da glândula. Eles podem ser detectados por meio de exame físico ou ultrassom. Alguns nódulos podem produzir hormônios em excesso e causar hipertireoidismo. Outros podem comprimir estruturas próximas e causar dor ou dificuldade para engolir ou respirar.

  • Câncer da tireoide: é um tipo raro de câncer que se origina das células da glândula tireoide. Ele pode se manifestar como um nódulo palpável no pescoço ou ser descoberto por meio de exames de imagem. O câncer da tireoide pode causar sintomas como rouquidão, dor no pescoço ou na garganta, dificuldade para engolir ou respirar ou aumento dos gânglios linfáticos no pescoço. Existem diferentes tipos de câncer da tireoide, sendo os mais comuns o papilífero e o folicular.

Como é feito o diagnóstico das doenças da tireoide?

O diagnóstico envolve a avaliação clínica, com a história dos sintomas e o exame físico, e a realização de exames laboratoriais e de imagem. Os exames laboratoriais mais usados são os que medem os níveis dos hormônios tireoidianos (T3 e T4) e do hormônio estimulante da tireóide (TSH) no sangue. Esses exames permitem identificar se há hipertireoidismo ou hipotireoidismo e qual a sua causa. Outros exames que podem ser solicitados são os que detectam a presença de anticorpos contra a tireoide, como o anti-TPO e o TRAb, que indicam doenças autoimunes.

Os exames de imagem mais usados são o ultrassom da tireoide e a cintilografia da tireoide. O ultrassom permite avaliar o tamanho, a forma, a textura e a presença de nódulos na glândula. A cintilografia permite avaliar o funcionamento da glândula e dos nódulos, usando uma substância radioativa que é captada pela tireoide. Quando há suspeita de câncer da tireoide, pode ser necessária a realização de uma biópsia do nódulo, que consiste na retirada de uma amostra de tecido para análise microscópica.

Quais são os tratamentos das doenças da tireoide?

O tratamento das doenças da tireoide depende do tipo, da causa e da gravidade da doença. Em geral, os tratamentos podem ser feitos com medicamentos, iodo radioativo ou cirurgia. ​O iodo radioativo é uma substância que é administrada por via oral e é absorvida pela tireóide, causando sua destruição parcial ou total. É usado para tratar o hipertireoidismo causado pela doença de Graves ou por nódulos hiperfuncionantes, ou para eliminar restos de tecido tireoidiano após a cirurgia do câncer da tireoide. A cirurgia consiste na retirada parcial ou total da glândula tireoide, chamada de tireoidectomia. É usada para tratar casos de bócio volumoso que comprime estruturas próximas, nódulos suspeitos ou confirmados de câncer da tireóide ou casos de hipertireoidismo refratários aos medicamentos ou ao iodo radioativo.

​Após o tratamento das doenças da tireoide, é importante fazer um acompanhamento regular com o endocrinologista, para monitorar os níveis dos hormônios tireoidianos e ajustar as doses dos medicamentos, se necessário.

Reposição Hormonal

A reposição hormonal é um tratamento que visa restaurar os níveis de hormônios que diminuem com o envelhecimento ou com certas condições de saúde. A reposição hormonal pode ser feita por homens e mulheres, mas tem indicações, benefícios e riscos diferentes para cada caso.

Para as mulheres, a reposição hormonal é mais comum na menopausa, quando há uma queda na produção de estrogênio e progesterona pelos ovários. Esses hormônios são responsáveis por regular o ciclo menstrual, a saúde óssea, o metabolismo, a libido e o humor. A falta deles pode causar sintomas como ondas de calor, secura vaginal, osteoporose, alterações de humor e diminuição da libido.

A reposição hormonal feminina pode ser feita com comprimidos, adesivos ou géis que contêm estrogênio e progesterona. A dose e a via de administração devem ser ajustadas de acordo com as necessidades e preferências de cada mulher. A reposição hormonal feminina pode trazer benefícios como alívio dos sintomas da menopausa, prevenção da perda óssea, melhora do perfil lipídico e aumento da lubrificação vaginal.

Mulher com mão no pescoço e sintoma de Menopausa.
Reposição Hormonal

No entanto, a reposição hormonal feminina também tem riscos, como aumento do risco de trombose, câncer de mama e câncer de endométrio. Por isso, é importante que a mulher faça uma avaliação médica antes de iniciar o tratamento e faça um acompanhamento regular com exames clínicos e laboratoriais.

Para os homens, a reposição hormonal é indicada quando há uma queda na produção de testosterona pelos testículos. A testosterona é o principal hormônio masculino, que regula o desenvolvimento muscular, ósseo, sexual e reprodutivo. A diminuição da testosterona pode ocorrer com o envelhecimento ou com doenças que afetam os testículos ou a hipófise. Os sintomas da baixa testosterona podem incluir fadiga, perda de massa muscular, diminuição da libido, disfunção erétil e depressão.

A reposição hormonal masculina pode ser feita com injeções, adesivos ou géis que contêm testosterona. A dose e a via de administração devem ser ajustadas de acordo com os níveis hormonais e os sintomas de cada homem. A reposição hormonal masculina pode trazer benefícios como melhora da disposição, da libido, da função sexual e da massa muscular.

No entanto, a reposição hormonal masculina também tem riscos, como aumento do volume da próstata, piora da apneia do sono, alterações no perfil lipídico e no hematócrito. Por isso, é importante que o homem faça uma avaliação médica antes de iniciar o tratamento e faça um acompanhamento regular com exames clínicos e laboratoriais.

A reposição hormonal é um tratamento que deve ser prescrito e acompanhado por um endocrinologista, que é o médico especialista em distúrbios hormonais. O endocrinologista pode avaliar as indicações, os benefícios e os riscos da reposição hormonal para cada paciente, considerando seus antecedentes pessoais e familiares, seus exames laboratoriais e seus objetivos terapêuticos. A reposição hormonal deve ser feita com critério e responsabilidade, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Arte Gráfica do abdomen "estilo raio x" com destaque parglândulas adrenais, rim, ureter, bexiga e próstata.

Patologias da Adrenal

As glândulas adrenais são pequenos órgãos localizados acima dos rins que produzem diversos hormônios essenciais para o funcionamento do organismo. Esses hormônios incluem o cortisol, a aldosterona, os androgênios e as catecolaminas. Quando as glândulas adrenais funcionam de forma inadequada, podem ocorrer diversas doenças que afetam o equilíbrio de água, sal, potássio, açúcar e pressão arterial no corpo, além de causar alterações no metabolismo e no desenvolvimento sexual.

Algumas das doenças mais comuns das adrenais são:

  • Insuficiência adrenal: é a diminuição ou ausência da produção de hormônios adrenais, podendo ser causada por uma destruição das glândulas (insuficiência adrenal primária ou doença de Addison) ou por uma falta de estímulo da hipófise ou do hipotálamo (insuficiência adrenal secundária ou terciária).Os sintomas incluem fraqueza, cansaço, perda de peso, falta de apetite, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, tontura, hipotensão, manchas escuras na pele e desidratação. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue que medem os níveis de cortisol, aldosterona, ACTH e renina. O tratamento consiste na reposição dos hormônios faltantes com corticoides e mineralocorticoides.

Doenças da Adrenal
  • Síndrome de Cushing: é uma condição médica que ocorre quando o corpo é exposto a níveis excessivos de hormônio cortisol por um período prolongado. Isso pode ser devido a várias causas, como tumores na glândula adrenal ou na glândula pituitária (também conhecida como hipófise), ou o uso prolongado de medicamentos que contenham corticosteróides. Os sintomas podem incluir ganho de peso, acúmulo de gordura na região abdominal, fraqueza muscular, pele fina e frágil, acnes, surgimento de estrias violáceas em região de tronco corporal, aumento da quantidade de pelos no corpo, entre outros. O tratamento depende da causa subjacente da síndrome e pode ser cirúrgico ou medicamentoso. Nos casos de uso prolongado de corticoides um desmame medicamentoso é feito sob supervisão do endocrinologista, de forma gradual e cuidadosa.

  • Hiperaldosteronismo primário: é o excesso de produção de aldosterona pelas adrenais, podendo ser causado por um tumor benigno (adenoma) ou por uma hiperplasia (aumento) das glândulas. A aldosterona é um hormônio que regula o transporte de sódio e potássio nos rins, aumentando a retenção de sal e água e eliminando o potássio. Os sintomas incluem hipertensão arterial, fraqueza muscular, cãibras, sede excessiva e micção frequente. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue que medem os níveis de aldosterona, renina e potássio e por exames de imagem que avaliam as glândulas adrenais. O tratamento pode ser cirúrgico (remoção do tumor ou da glândula afetada) ou medicamentoso.

  • Feocromocitoma: é um tumor raro que se origina nas células cromafins da medula adrenal e que produz catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). As catecolaminas são hormônios que estimulam o sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de "luta ou fuga" do organismo. Os sintomas incluem crises de hipertensão arterial severa, palpitações, sudorese excessiva, dor de cabeça, tremores, ansiedade e pânico. O diagnóstico é feito por meio de exames de urina e sangue que medem os níveis de catecolaminas e seus metabólitos e por exames de imagem que localizam o tumor. O tratamento é cirúrgico (remoção do tumor) e requer o uso prévio de medicamentos que bloqueiam os efeitos das catecolaminas sobre o coração e os vasos sanguíneos.

As doenças das adrenais são condições graves que requerem acompanhamento médico especializado. A endocrinologia é a área que estuda as alterações hormonais que podem ocorrer nas glândulas adrenais e oferece as melhores opções de diagnóstico e tratamento para cada caso.

Patologias da Hipófise

As doenças da hipófise são condições que afetam essa glândula, uma pequena estrutura localizada na base do cérebro que produz e regula vários hormônios importantes para o metabolismo, o crescimento, a reprodução e o estresse. A hipófise controla a função de outras glândulas endócrinas, como a tireoide, as suprarrenais, os ovários e os testículos. As doenças da hipófise podem ser causadas por tumores benignos (adenomas), inflamações, infecções, traumas, cirurgias, radiação ou alterações genéticas. Essas doenças podem levar ao excesso ou à deficiência de hormônios hipofisários, causando diversos sintomas e complicações.

Os sintomas das doenças da hipófise dependem do tipo e do tamanho do tumor, dos hormônios afetados e da presença de compressão de estruturas vizinhas à hipófise. Alguns exemplos de doenças da hipófise são:

Desenho gráfico da glândula hipófise.
Doenças da Hipófise
  • Hiperprolactinemia: é a produção excessiva de prolactina, um hormônio que estimula a produção de leite nas glândulas mamárias. A hiperprolactinemia pode causar irregularidade menstrual, infertilidade, redução da libido e impotência nos homens, e galactorreia (saída de leite pelos mamilos) nas mulheres. A causa mais comum de hiperprolactinemia é o prolactinoma, um tumor benigno da hipófise que secreta prolactina.

  • Acromegalia: é a produção excessiva de hormônio do crescimento (GH), um hormônio que regula o crescimento dos ossos e dos tecidos. A acromegalia ocorre quando o excesso de GH acontece na idade adulta, após o fechamento das cartilagens de crescimento dos ossos. A causa mais comum de acromegalia é o adenoma secretor de GH, um tumor benigno da hipófise que secreta GH. A acromegalia se caracteriza por aumento das mãos, dos pés, da face, da língua e dos órgãos internos. A acromegalia também pode causar diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, articulares e respiratórios.

  • Doença de Cushing: a doença de Cushing é a produção excessiva do hormônio cortisol pelas glândulas suprarrenais causada por um tumor da hipófise que secreta ACTH. A doença de Cushing se manifesta por obesidade central (com acúmulo de gordura na face e no tronco), pele fina e frágil (com estrias e hematomas), fraqueza muscular, osteoporose, diabetes, hipertensão e alterações psiquiátricas.

  • Deficiência de hormônios hipofisários: é a redução ou ausência da produção de um ou mais hormônios hipofisários. A deficiência pode ser causada por tumores que destroem ou comprimem a hipófise, por cirurgias ou radiações que afetam a hipófise ou o hipotálamo (a região do cérebro que controla a hipófise), por inflamações ou infecções da hipófise ou por alterações genéticas. A deficiência de hormônios hipofisários pode causar sintomas como baixa estatura (quando há falta de GH na infância), ganho ou perda de peso, fadiga, intolerância ao frio ou ao calor, pele seca ou oleosa, queda de cabelo, anemia, diminuição da libido e da fertilidade, impotência nos homens e amenorreia (ausência de menstruação) nas mulheres.

O diagnóstico das doenças da hipófise é feito por meio de exames de sangue que medem os níveis dos hormônios hipofisários e de seus órgãos-alvo, e por exames de imagem que avaliam a anatomia da hipófise e do crânio, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética. Em alguns casos, podem ser necessários testes dinâmicos que estimulam ou inibem a secreção dos hormônios hipofisários.

O tratamento das doenças da hipófise depende da causa, do tipo e do tamanho do tumor, dos hormônios afetados e dos sintomas apresentados pelo paciente. O tratamento pode envolver medicamentos que bloqueiam ou substituem os hormônios hipofisários, cirurgias que removem os tumores da hipófise (geralmente por via nasal) ou radiações que destroem as células tumorais. O acompanhamento com um endocrinologista é fundamental para o controle adequado das doenças da hipófise e a prevenção de complicações.

Médica segurando uma escultura da coluna com corte central aparecendo a porosidade interna das vértebras.

Osteoporose

A osteoporose é uma doença que afeta a qualidade e a quantidade dos ossos, tornando-os mais frágeis e propensos a fraturas. É mais comum em mulheres após a menopausa, devido à queda dos níveis de estrogênio, um hormônio que protege o esqueleto. Outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da osteoporose são: genética, alimentação pobre em cálcio e vitamina D, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo e uso de certos medicamentos.

 

Para diagnosticar a osteoporose, é necessário realizar um exame chamado densitometria óssea, que mede a densidade mineral dos ossos em diferentes regiões do corpo, como coluna, quadril e punho. O resultado é comparado com a média da população jovem e saudável, e classificado em normal, osteopenia (redução leve da massa óssea) ou osteoporose (redução grave da massa óssea).

Osteoporose

O tratamento da osteoporose visa prevenir as fraturas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Para isso, é importante a ingestão adequada de cálcio e vitamina D, que podem ser obtidos através da alimentação ou de suplementos. Além disso, existem medicamentos que atuam na formação ou na reabsorção óssea, como os bifosfonatos, o raloxifeno, o denosumab e a teriparatida. Esses medicamentos devem ser prescritos por um médico especialista, como um endocrinologista, que é o profissional que cuida dos hormônios e do metabolismo ósseo.

 

A endocrinologia é uma das especialidades médicas que pode acompanhar os pacientes com osteoporose, pois tem conhecimento sobre os fatores hormonais que influenciam na saúde dos ossos. O endocrinologista pode avaliar os riscos e os benefícios de cada tratamento, considerando as características individuais de cada paciente. Além disso, o endocrinologista pode orientar sobre as medidas preventivas, como a prática de exercícios físicos, a exposição ao sol e a moderação no consumo de álcool.

Síndrome Metabólica

Síndrome metabólica é um conjunto de alterações que aumentam o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e outras complicações. A base da síndrome metabólica é a "resistência à insulina", que é uma dificuldade do hormônio insulina em exercer suas funções no organismo, especialmente no metabolismo da glicose e das gorduras.

A síndrome metabólica é diagnosticada quando o paciente apresenta pelo menos três dos seguintes critérios:

- Obesidade abdominal, definida como uma circunferência da cintura maior que 102 cm nos homens ou maior que 88 cm nas mulheres.

- Níveis de triglicerídeos no sangue acima de 150 mg/dL ou uso de medicamentos para reduzi-los.

- Níveis de colesterol HDL (o "bom" colesterol) abaixo de 40 mg/dL nos homens ou abaixo de 50 mg/dL nas mulheres ou uso de medicamentos para aumentá-los.

- Pressão arterial igual ou superior a 130/85 mmHg ou uso de medicamentos para controlá-la.

- Glicemia de jejum igual ou superior a 100 mg/dL ou uso de medicamentos para diminuí-la.

Arte gráfica do corpo humano em "raio x".
Síndrome Metabólica

A síndrome metabólica está associada a um maior risco de doenças como infarto, AVC, insuficiência cardíaca, doença renal crônica, esteatose hepática (gordura no fígado), entre outras. Por isso, é importante prevenir e tratar os fatores que contribuem para a síndrome metabólica.

O tratamento da síndrome metabólica envolve mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, atividade física regular, cessação do tabagismo e controle do estresse. Além disso, pode ser necessário o uso de medicamentos para corrigir as alterações metabólicas, como hipertensão, diabetes, dislipidemia (alterações nos níveis de gordura no sangue) e obesidade.

O endocrinologista é o médico especialista no diagnóstico e tratamento da síndrome metabólica e suas complicações. Ele pode orientar o paciente sobre as melhores opções terapêuticas e acompanhar a evolução do quadro clínico.

Arte gráfica de uma artéria em corte medial com gordura acumulada nas paredes.

Dislipidemia e Triglicerídeos

Dislipidemia é a alteração dos níveis de lipídios (gorduras) no sangue, como colesterol e triglicerídeos. Essa alteração pode ter causas genéticas ou estar relacionada a fatores ambientais, como alimentação inadequada, sedentarismo, obesidade, diabetes tipo 2 e doenças hepáticas ou renais crônicas. A dislipidemia aumenta o risco de doenças cardiovasculares, pois favorece a formação de placas de gordura nas paredes das artérias, dificultando o fluxo sanguíneo.

O colesterol é um tipo de lipídio que é essencial para o funcionamento do organismo, pois participa da formação das membranas celulares, dos hormônios esteroides e da bile. O colesterol é transportado no sangue por diferentes tipos de lipoproteínas, que são classificadas de acordo com sua densidade:

  • LDL (low density lipoprotein): é o colesterol "ruim", pois em excesso pode se depositar nas artérias e causar aterosclerose;

Dislipidemia e Triglicerídeos
  • HDL (high density lipoprotein): é o colesterol "bom", pois ajuda a remover o excesso de colesterol das artérias e levá-lo de volta ao fígado para ser eliminado;

  • VLDL (very low density lipoprotein): é uma lipoproteína que transporta principalmente triglicerídeos, que são outra forma de armazenamento de energia no organismo.

Os triglicerídeos são derivados dos ácidos graxos que ingerimos na dieta ou que são produzidos pelo fígado. Eles são armazenados no tecido adiposo e liberados quando há necessidade de energia. Os triglicerídeos também podem se acumular nas artérias e contribuir para a aterosclerose.

A dislipidemia pode ser assintomática ou causar sintomas como dor no peito, falta de ar, palpitações, tontura, fraqueza e sudorese. Em casos mais graves, pode levar a infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), angina, insuficiência cardíaca ou renal.

O diagnóstico da dislipidemia é feito por meio de exames de sangue que medem os níveis de colesterol total, LDL, HDL, VLDL e triglicerídeos. Os valores considerados normais podem variar de acordo com a idade, o sexo e o histórico familiar do paciente, mas em geral são:

  • Colesterol total: menor que 200 mg/dL;

  • LDL: menor que 100 mg/dL;

  • HDL: maior que 40 mg/dL para homens e maior que 50 mg/dL para mulheres;

  • Triglicerídeos: menor que 150 mg/dL.

O tratamento da dislipidemia envolve mudanças no estilo de vida e uso de medicamentos hipolipemiantes. As principais medidas não farmacológicas são:

  • Adotar uma alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas, verduras e legumes, e pobre em gorduras saturadas, trans e colesterol;

  • Praticar atividade física regularmente, pelo menos 150 minutos por semana;

  • Manter o peso adequado para a altura e idade;

  • Evitar o consumo excessivo de álcool e cigarro;

  • Controlar o estresse e a ansiedade.

Os medicamentos mais usados para tratar a dislipidemia são as estatinas, que inibem a produção de colesterol pelo fígado e aumentam a captação de LDL pelas células. Outras classes de medicamentos são os fibratos, que diminuem os triglicerídeos e aumentam o HDL; os sequestradores de ácidos biliares, que impedem a reabsorção de colesterol no intestino; os inibidores da absorção de colesterol, que bloqueiam a entrada de colesterol na corrente sanguínea; e os ácidos graxos ômega-3, que reduzem os triglicerídeos e têm efeito anti-inflamatório e antiplaquetário.

O endocrinologista é o médico especialista no diagnóstico e tratamento das dislipidemias, pois ele pode avaliar as possíveis causas hormonais ou metabólicas que podem estar envolvidas na alteração dos lipídios. Além disso, o endocrinologista pode orientar o paciente sobre as melhores formas de prevenir e controlar a dislipidemia, de acordo com suas características individuais e seu risco cardiovascular.

Síndrome dos Ovários Policísticos

A Síndrome do Ovário Policístico (SOP), é uma condição endócrina que afeta os ovários e o equilíbrio hormonal em mulheres. Ela é caracterizada por um conjunto de sintomas que podem incluir períodos menstruais irregulares, excesso de androgênios (hormônios masculinos) e a formação de cistos nos ovários. A SOP é uma das condições endócrinas mais comuns em mulheres em idade reprodutiva.

Mulheres com SOP têm uma maior probabilidade de desenvolver resistência à insulina, o que pode levar a problemas de metabolismo de açúcar, ganho de peso e aumento do risco de diabetes tipo 2. Além disso, pode estar associada a um maior risco de doenças cardiovasculares devido aos desequilíbrios hormonais e à resistência à insulina.

Médica segurando uma escultura do aparelho reprodutivo feminino.
Síndrome dos Ovários Policísticos

O diagnóstico da SOP é baseado em critérios clínicos e laboratoriais, que devem excluir outras causas de hiperandrogenismo, como tumores ovarianos ou adrenais, hiperplasia adrenal congênita, síndrome de Cushing e uso de medicamentos androgênicos. Os critérios mais utilizados são os de Rotterdam, que definem a SOP como a presença de pelo menos 2 dos 3 achados: oligo-ovulação ou anovulação, hiperandrogenismo clínico ou bioquímico e morfologia ovariana policística ao ultrassom.  

O tratamento da SOP depende dos objetivos e das necessidades de cada mulher. Em geral, recomenda-se a adoção de hábitos de vida saudáveis, como dieta equilibrada, atividade física regular e controle do peso corporal, pois isso pode melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir os níveis de androgênios e favorecer a ovulação. Para as mulheres que desejam engravidar, podem ser utilizados medicamentos indutores da ovulação e/ ou medicamentos que reduzem a resistência à insulina.. Para as mulheres que não desejam engravidar, podem ser indicados anticoncepcionais hormonais combinados ou isolados, que regulam o ciclo menstrual, diminuem os níveis de androgênios e protegem o endométrio contra o risco de hiperplasia e câncer. Outras opções terapêuticas para o controle do hiperandrogenismo são os antiandrogênicos, como a espironolactona ou o acetato de ciproterona.

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